Os motivos que levaram Dua Lipa ao topo da música pop
A artista feminina mais ouvida no Spotify em 2017, no Reino Unido, não foi Taylor Swift, Ariana Grande, Rihanna ou Beyoncé. Dua Lipa, do hit New Rules, é o nome do pop que dominou os playlists não só na Inglaterra, onde nasceu, como também na maior parte do planeta.
Dua, de 22 anos, que na língua natal de sua família albanesa significa “amor”, começou 2018 batendo recordes: ela é a artista com mais indicações na história do Brit Awards, premiação da música no país da Rainha Elizabeth II. Dua levou duas estatuetas para casa: melhor artista solo e artista revelação.
“Quero agradecer a todas as mulheres que estiveram neste palco antes de mim, que inspiraram garotas como eu, não apenas as da indústria da música, e nos permitiram sonhar tão grande “, disse Dua em seu discurso de agradecimento.
New Rules, seu maior hit, passou a marca de um bilhão (isso mesmo: bilhão) de visualizações no YouTube. Quando o hit alcançou o topo das paradas pela primeira vez, não estava sem ‘companhia”: dois outros singles, Scared to Be Lonely e Be the One, também faziam parte do ranking das top 15 mais ouvidas.
Dua Lipa em New Rules. Crédito: Warner Records
Esse ‘hype’ conferiu a Dua o status de artista mais quente do momento. Dua, que lançou Be The One, seu primeiro single, em 2015, cunhou seu espaço na indústria fonográfica lentamente. O primeiro álbum, Dua Lipa, demorou dois anos para ser lançado, e chegou às prateleiras ao final de 2017.
O calendário de lançamento das faixas nesse período foi estratégico: em tempos de streaming e redes sociais, a “voz” do artista não é mais somente a música, como também a presença e personalidade digital. Dua e a gravadora, Warner Records, acertaram em ir com calma, o que permitiu com que a artista encontrasse seu público e aprendesse com ele, a cada single lançado.
O álbum Dua Lipa, até fevereiro, vendeu quase dois milhões de cópias, números considerados acima da média para o mercado. Menos de a metade foram cópias físicas, mas esse não é mais o fator determinante para se medir o sucesso de um artista.
Talento Precoce
Dua Lipa. Crédito: reprodução Facebook oficial
Filha de um músico albanês, Dua nasceu na Inglaterra, mas voltou a Kosovo, cidade natal dos pais, quando tinha 13 anos. A música já era seu foco aos 15 anos, o que fez com que os pais permitissem que ela voltasse a Londres para estudar – sozinha.
Dua era aluna da escola de artes performáticas Sylvia Young, a mesma onde se graduaram Amy Winehouse e Rita Ora (que também é uma imigrante albanesa na Inglaterra).
“Perceber que ninguém mais iria limpar e cozinhar para mim foi difícil! Mas esse tipo de coisa realmente me fez amadurecer antes do tempo, e formou quem eu sou hoje. Sou muito grata por isso, mas sim, foi difícil”, contou Dua à revista NME
Dua assinou o primeiro contrato com uma gravadora aos 18 anos e começou a trabalhar com o mesmo time de produtores de Lana Del Rey. Enquanto isso, ela publicava vídeos de covers on-line (Christina Aguilera, Etta James, Justin Bieber).
Nova Voz
Dua Lipa posa para a revista Modzik. Crédito: Reprodução
Dua escreve as letras e arranjos de todas as suas músicas com a equipe de produção, mas o primeiro single, The One, não é de sua autoria. “Por mais que eu amasse a música, não tinha certeza de que queria gravá-la porque não a escrevi”, explicou.
“Era um pouco de orgulho, mas também porque eu pensava que ninguém acreditaria que eu escrevia minhas próprias letras”, revelou. Dua fez as pazes com o fato: “Essa música me ajudou a poder produzir meu próprio material” – Dua sobre Be The One
O sucesso de New Rules tem muito a ver com o momento cultural dos dias de hoje. Na música, Dua, que se autodeclara feminista e constantemente faz declarações sobre o tema, traça um plano de ação para as mulheres que se veem em um relacionamento no qual não são valorizadas.
O clipe eleva o diálogo a um bate-papo entre amigas, que se ajudam mutuamente para não caírem no círculo vicioso. Uma espécie de ‘hino’ de sororidade, New Rules não canta sobre as dores de uma vítima, mas sim de uma mulher em controle da própria sexualidade, vulnerável, mas consciente, que questiona o que é melhor para si de maneira saudável.
Claro que o fato de a música colocar todo mundo pra dançar é tão importante quanto. Ajuda também que ela seja um dos ícones fashion do momento, adepta do revival da estética ‘cool’ dos anos 1990, exibida por 99% das celebridades mais cultuadas nas redes sociais…
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